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Neste seu novo livro, a historiadora Maria Bernardete Ramos Flores chama atenção para os rumos controversos da modernidade. A originalidade da abordagem está na caracterização do movimento de retorno a uma espiritualidade perdida que marcou os mundos da arte na passagem do século XIX para o XX. Naquela época, o investimento na espiritualidade e na religiosidade revelado na criação de vários artistas confrontava o predomínio do pensamento racional e objetivo. O revival espiritual constituiu uma via para enfrentar os dilemas da modernidade.
O livro tem como ponto de partida o diálogo com as obras artísticas de Xul Solar e Ismael Nery, respectivamente um pintor argentino e outro brasileiro que se projetaram na cena cultural a partir da década de 1930. A esse diálogo se junta a criação de outros artistas da mesma época, como Marc Chagall, Georges Rouault, Alberto Gleizes, do mundo europeu, e também o norte-americano Edward Hopper e a mexicana Frida Kahlo, bem como o poeta e dramaturgo Oscar Wilde e a escritora e jornalista brasileira Patrícia Galvão (Pagu).
Ao final, a leitura nos conduz a reconhecer que o ponto de vista místico se associou historicamente ao espírito das vanguardas artísticas e a renovação das formas plásticas. Constata-se que o mundo da modernidade é diversificado e ultrapassa as fronteiras do racionalismo. De todo modo, o livro propõe uma chave de leitura do mundo do século XX a partir das relações entre arte e história.
SOBRE A AUTORA:
Maria Bernardete Ramos Flores é Professora Titular do Departamento de História da UFSC. Graduada em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1973), Mestre em História pela UFSC (1990), Doutora em História pela PUC/SP (1991), Pós-Doutorado pela Universidade Nova de Lisboa/University of Maryland (1999-2000), Pós-Doutorado pelo IDAES; Universidad de San Martín (2009-2010). Professora visitante na Universidade de Salamanca (2003). Ano Sabático na University of California; Campus Davis (1994) Prêmio Destaque de Pesquisa - Centro de Filosofia e Ciência Humanas (2010) Dedica-se à pesquisa de História e Arte, Modernidade e Estética, Teoria da Imagem e Teoria da História. Atua na Linha de Pesquisa Arte, Memória e Patrimônio, do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC e na Linha de Pesquisa História da Historio-grafia, Arte, Memória e Patrimônio no Doutorado Interdisciplinar em Ciência Humanas da UFSC.