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Língua Espraiada é o modo como a Língua Portuguesa tem aparecido em diversos níveis de ensino: desarticulada. Está presente na produção de pessoas em posição de impotência com relação à vontade de dizer. Elas querem falar, ler e escrever, mas, ao tentar fazê-lo, ficam sem os meios para realizar as operações discursivas com e sobre a linguagem. O resultado são textos estilhaçados e sem ancoragem no corpo próprio.
O livro explora esse novo sintoma a partir de preocupações com o tratamento pedagógico a ser dado a ele. Busca ser um auxiliar para todos que se empenham para garantir a continuidade do sucesso do ensino da Língua Portuguesa. Por meio da análise de versões de textos, mostra que: 1) Esse modo do falante se relacionar com a língua não pode ser cernido pelas categorias já descritas na gramática e na linguística; 2) Ele surge na produção de falantes que não administram a própria divisão subjetiva; e 3) Esse novo sintoma escolar gera sofrimento na medida em que mantém o falante em uma espécie de prisão solitária, tanto ao ler quanto ao escrever textos.
Como a Língua Espraiada coloca em risco a possibilidade de continuidade de sucesso do ensino da Língua Portuguesa, ela convoca nossa responsabilidade subjetiva. Assim, este volume é um convite para que cada professor se implique na construção de soluções singulares para uma epidemia que, se não controlada, tende a agravar a sensação de que a produção linguageira de nossos alunos costuma ficar bastante aquém do esperado com relação a idade ou grau de escolarização.
SOBRE A AUTORA:
Claudia Rosa Riolfi é professora livre docente na Universidade de São Paulo. Psicanalista, coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa Produção Escrita e Psicanálise Geppep. Atua no Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da USP. Graduada em Letras pela Universidade de Taubaté (1986), mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1991) e doutora em Linguística pela mesma universidade (1999). Fez pós-doutorado pela Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis (2010). Co-organizadora de livro sobre Formação de Professores de Língua Portuguesa e Organizadora de livros sobre escrita e ensino de língua portuguesa. Participou da criação e da organização de várias edições do Seminário de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa da USP. Diretora geral do Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA).