A obra de Dalcídio Jurandir “Extremo Norte”, escrita entre 1939 e 1978, quebra com uma tradição literária sobre a Amazônia, marcada pela grandiloqüência de imagens, na tentativa de revelar uma Natureza opulenta e majestosa. Ao seguir a trajetória do protagonista Alfredo, de menino do interior a rapaz urbano, o autor traça um painel da Amazônia pós auge do ciclo da borracha e nos revela as fantasmagorias desse ciclo econômico na região.
É visível o trabalho de Dalcídio Jurandir em aprimorar as técnicas narrativas de romance em romance, no sentido de produzir uma obra sempre inovadora, que já começa, em Trinta, distanciada do naturalismo de grande parte da produção da década, e termina próxima das boas obras dos anos setenta, apresentando o esfacelamento como um de seus traços de composição.
O objetivo primeiro deste texto é a análise do ciclo romanesco de Dalcídio Jurandir, sob a perspectiva das personagens e do ambiente em que atuam, para, em seguida, melhor situar o autor na História da Literatura Brasileira.